"Na nossa humilde casa lhes daremos de cear e de beber, sem soberba no custo e com fineza e alegria no trato, segundo mandam as usasnças que herdámos de nosso avós.

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Entradas Servidos que forem a tripa do reco cheia, coxas d’aves de capoeira, perdizes estaladiças, coelhinhos assados, frutos de oliva e demais criadores de apetite, dar-lhes-emos um bom caldo da panela, com carnes, hortaliça e feijão, vertido em cima de um naco de pão – para ganhar lastro o estômago…

 

Será o prato primeiro de trutas pescadas nas frias águas do Mondego serrano, devidamente escabechadas, acompanhadas de migas e feijão frade.

 

Para secundar, servir-se-á um prato de ossos de bácoro caseiro com maçã assada e legumes salteados, cuidando que cada um só coma a carne agarrada aos ditos...

 

A findar o repasto, em nossas frondosas florestas e campos agrários se cria o veado, de que se retirarão os bifinhos, que serão guarnecidos com puré de abóbora e fungos a que chamam de cogumelos.

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Depois, com o açúcar que vem da nossa mui formosa Ilha da Madeira, faremos doces e bolos – a que chamamos Forais – com que obsequiaremos os nossos Convidados. Também lhe ofereceremos queijo da Serra e requeijão, com doces, e frutos secos e da época.

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Tudo isto bem regado, como convém, com vinhos vermelhos e brancos e auga do poço.

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Para causar alguma animação, o Coral Polifónico do Canto e Encanto cantará árias quinhentistas. Também o Bobo ajudará à festa e os malabares e cuspidores de fogo mostrarão suas artes. Lutas de espadas farão retinir o som do ferro. Não faltará a dança do ventre e a mostra de aves rapináceas e cobras.

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Confortados da fome e da sede, queda-se por aqui a amesendação e, de seguida, haverá bailação, com tocatas da época, que a festa durar até às tantas…

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Cuidará o Mordomo de acompanhar aos umbrais da porta os Ilustres Visitantes, desejando-lhes que voltem sempre por este lugar de Canas de Senhorim, quer para a abastança do seu corpo, quer para o honrado acréscimo dos haveres do Canto e Encanto Associação Culural."